2 de fevereiro de 2010

Pseudo-resenha: Alien - A Ressurreição


Johner: Hey, Ripley. I heard you, like, ran into these things before?
Ripley: That's right.
Johner: Wow, man. So, like, what did you do?
Ripley: I died.

Very well, como as coisas andam meio (meio?) paradas por aqui e um certo associado meu anda meio nervoso, pensando no futuro deste magnífico espaço internético, decidi mexer a minha bunda gorda (quem dera) e dar a minha singela contribuição a este blog antes que cabeças de cavalo cortadas comecem a aparecer na minha cama pela manhã.

Minha idéia inicial era postergar este momento até o fim do conflito Palestina-Israel, mas acontece que eu acabei de assistir a um episódio de Glee, o que deixou as minhas sinapses cerebrais mergulhadas em endorfina, então eu acho que é melhor aproveitar antes que o momento se esvaia.

Certo. Para dar início ao meu espaço por estas bandas, eu tinha pensado em falar um pouco sobre o filme que está fazendo a cabeça da garotada nesse verão: Avatar, de James Cameron. Mas como eu sou um cara imprevisível, do tipo que come barras de cereais enquanto todos comem jujubas (para desespero da sociedade contemporânea), eu decidi falar um pouco sobre um filme que vi numa dessas madrugadas da vida: Alien: A Ressurreição, de Jean-Pierre Jeunet (sim, o diretor de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain fez um filme da franquia Alien).

Não olhe agora, amigo.

Alien: A Ressurreição é um daqueles filmes ao qual eu assisti uma parte em um longínquo ponto no passado, mas que, por um motivo ou outro (escola?), não consegui terminar de ver. Então foi com muito prazer que eu reencontrei essa película em uma dessas madrugadas e a revi ontem para escrever esse texto (veja só o quanto eu gosto de você, querido leitor).

No filme, nossa querida tenente Ripley (Sigourney Weaver) é clonada 200 anos após os eventos do último filme, no qual ela se matou (talvez de desgosto), para que cientistas possam retirar do corpo dela a rainha dos alienígenas e assim criar um novo grupo de aliens para fins militares.

Para isso, eles precisam de humanos que possam servir de hospedeiros temporários para os aliens, e assim contratam os serviços de um bando de mercenários (sempre assistam filmes cuja sinopse mencione um “bando de mercenários”, fica a dica) que entregam a carga e aguardam até que sua nave seja reparada.

Juntos deles, está Call (Winona Ryder), cujo objetivo é impedir que os cientistas criem mais das criaturas, mesmo que para isso tenha que matar Ripley. Porém, como não poderia deixar de ser, os aliens escapam e começam a espalhar terror e morte na nave, cabendo à Ripley e os mercenários acabar com a ameaça e ainda saírem com suas bundas intactas no final.

Ao mesmo tempo, sabemos que Ripley não é mais a mesma. Seu DNA se misturou com o da sua companheira de quarto e agora seu organismo e personalidade compartilham de características humanas e alienígenas ao mesmo tempo.

Mercenários! Hell Ya!

Alien: A Ressurreição é o quarto e último filme da franquia alien, pelo menos antes que eles resolvessem fazer um dueto entre ele e outro grande queridinho da América. Como tal, não restaram muitas opções a serem exploradas por ele. Se não vejamos: no primeiro filme, Ridley Scott explorou o suspense; no segundo, James Cameron se valeu da ação e emoção; no terceiro, David Fincher utilizou a, digamos, errr.... falta de entusiasmo (?) (Mas não foi culpa dele não, hein! Eu explicou em outro post). Então: tendo o mesmo personagem e a mesma situação sido abordados de tantas maneiras diferentes, o que restou para o quarto filme? O gore e a comédia, claro!

É assim que eu vejo Alien: A Ressurreição: uma grande comédia de ação e gore com um dos mais fabulosos monstros do cinema (O filme também tem seus momentos sérios, como a cena do Please, kill me, mas prefiro focar a comédia aqui). Desse modo, é bom não assistir o filme esperando sentir a angústia e levar os sustos do primeiro, a emoção e a adrenalina presentes no segundo ou mesmo a raiva (a minha) presente no terceiro. Just sit down and enjoy, como eu.

É claro que um filme sem maiores ambições como esse não poderia passar despercebido pelo público, ainda mais pelos fãs da série. De fato, acredito que este seja o filme mais odiado pelos fãs de Alien, sendo um dos motivos principais justamente essa falta de seriedade que eu tanto apreciei.

Dá bejim, dá!

Obviamente, tanto ódio assim não é infundado: o filme possui diversas falhas de roteiro (vidros à prova de alien, mas jaulas que não os seguram, really?) e personagens mais rasos do que uma poça de baba de alien (Ah, pára, eles são mercenários! Não tiveram estudo!), sem falar que o seu conteúdo se choca frontalmente com o apresentado no resto da série. Isso o torna uma seqüência inferior, embora não menos divertida.

Apesar disso, devo dizer que o francês fez um trabalho legal de direção, seus planos inusitados e rápidos certamente combinam com o espírito do filme. Sobre os atores, acredito que todos tenham desempenhado seus papéis razoavelmente bem, principalmente Sigourney Weaver, cuja personagem teve uma ou duas cenas bem chocantes (Tá, a Winona Ryder não está lá essas coisas, mas como a personagem dela é um robô é bom dar uma colher de chá).

Além disso, o filme tem um grande elenco de coadjuvantes, cada um mais canastrão que o outro: Ron Pearlman como Johner; Gary Dourdan (o cara de CSI!) como Christie e Dominique Pinon (o ex da garçonete de Amelie Poulain!) como Vriess. Tudo isso junto não poderia resultar em um filme ruim. Poderia?

Bem, acho que é isso. Vocês têm o meu precioso aval para assistirem a esse filme. O que estão esperando? Saiam agora e corram para a locadora mais próxima. Eu disse AGORA!

3 comentários:

Ciro Gonçalves disse...

Até q enfim. Gostei da abertura da postagem com o box de diálogo do filme.

Daniel S. C. Silva disse...

É nessas horas que eu tenho certeza que não importa o quão desinteressante possa parecer o assunto, o que vale é saber como contar!
Você soube como contar, e além disso, provou que assim como eu, você é melhor escrevendo do que falando.

Esses dias vi um filme bom com a Sigourney Weaver que ela faz o papel de uma esquizofrênica/bipolar e ainda tem o Snape (Harry Potter) e a Trinity (Matrix) que também se destacam! Acho que chama-se Certas Coisas.

Uma informação/reflexão inútil: como alguém chamada Susan Alexander adota o nome artístico de Sigourney?

Beijos

Tácio Pimenta disse...

nunca pensei que tanto poderia ser dito sobre Alien - a ressureição... o.O