2 de abril de 2010

Matarte no Salão #4 e 1/2: Sim, você pode entrevistar o Tadeu Schmidt!

A palestra do Tadeu Schmidt era a mais aguardada por mim desde que fiquei sabendo das primeiras atrações divulgadas do 6° Salão do Livro do Tocantins. Os motivos são óbvios já que sou fã de esportes e humor, e curso jornalismo.

Porém a palestra estava prevista para 16h30 em plena segunda-feira, horário do meu estágio. Então tive de me inspirar no tema da palestra, “Sim, você pode!”, e pela manhã faltei a minha aula favorita neste semestre, jornalismo online (perdoa aí Liana, vai?), e fui ao estágio para ficar com a tarde livre. Sacrifício é assim mesmo.

A minha missão na palestra era repetir o feito de 2008, quando entrevistei junto de alguns colegas de curso, o outro apresentador do Fantástico, Zeca Camargo, no hotel, longe de toda aquela movimentação daquilo que andaram chamando de “circo do livro”. Agora, eu tinha o instrumento facilitador chamado credencial, portanto foi só a palestra se aproximar do fim que eu já fui correndo para a área reservada onde eu poderia abordar o Tadeu Schmidt.

Como esperei no pé da escada para o palco, fui o primeiro a abordá-lo e já propus uma conversa mais tarde no hotel quando ele estivesse descansado, porque queria um bate-papo solto sobre alguns temas e com a participação dos parceiros de blog. Achei que estava garantido, mas fui surpreendido pela justificativa dele de não estar autorizado pela Cegecom (Globo) para esse tipo de conversa, no máximo umas três perguntas ali mesmo e pronto.

Meu planejamento foi pras cucuias. Mesmo assim, assisti toda a tietagem das repórteres dos veículos tidos como mais sérios, e esperei meu momento novamente para insistir na proposta apelando para a comoção por ser um estudante de comunicação, como ele também já foi um dia. Deu certo em partes: não rolou de deixar para mais tarde no hotel porque ele disse que não podia realmente, mas consegui deixar acertada uma rápida conversa para o momento em que ele seguisse para a sala vip.

Após observar a distribuição de uns 20 minutos de autógrafos e fotografias com sorrisos plastificados, ainda teve um momento bacana quando uma menina cega entrou dizendo que o Tadeu era muito bonito e foi retribuída com um abraço sincero. Pouco depois, a fila para autógrafos não cessava, e ele viu a conversa comigo como uma válvula de escape para aquela situação. Bom pra mim, bom pra ele.

A Izabela Martins (Bel) precisava de fazer algumas perguntas a ele para publicar uma matéria em O Jornal. Deixei ela na frente, mas gravei a entrevista dela também. Chegada a minha vez, a minha namorada, Paula, entrou em ação como fotógrafa enquanto eu fazia as perguntas de acordo com os meus interesses sem nenhuma sugestão de perguntas anotadas previamente. O resultado segue abaixo na transcrição da entrevista:

bola cheia

Matarte - Na verdade, o que eu tinha proposto para você era fazer uma conversa mesmo, no hotel, quando você já estivesse descansado, mas enfim... Quero saber sobre qual é a referência do humor na sua vida. Se é uma coisa que veio de casa ou se você buscou isso nos quadrinhos, em cartuns.

Tadeu - Eu lia gibi quando era moleque, lia X-Men, Homem Aranha...

Matarte - Tem algum favorito entre DC e Marvel?

Tadeu - Se eu tivesse que dizer um, diria X-Men! Eu lia Turma da Mônica também. Gostava e achava engraçado pra caramba. Sobre a questão do humor, lá em casa todo mundo sempre foi bobo. Eu achei que quando virasse adulto, iria ficar sério. Aí eu vi meu irmão, que é 16 anos mais velho que eu e é um bobão, crianção tanto quanto eu quando era pequeno, quanto continuo sendo. Nós somos muito bobos. A gente gosta de dar risadas. Quando a gente se junta pra conversar é falando bobagem do começo ao fim, dando risadas, fazendo piada, um zoando da cara do outro. Então, isso é característica nossa mesmo. A gente gosta muito de dar risadas, gosta de se divertir. Na verdade, o que eu faço na televisão não é piada, não é uma coisa de um comediante que tá tentando arrancar a risada de uma pessoa. É uma coisa de amigos que estão vendo uma coisa e um tá comentando com o outro. É mais ou menos isso. Comentando com bom humor. É coloquial e com bom humor.

Matarte - Recentemente o Glauco morreu... quero saber se você acompanhava algum destes cartunistas que tiveram importância na época da ditadura.

Tadeu - Ah, tinha o Casseta Popular, Planeta Diário, Pasquim.. O Brasil tem tantos nomes brilhantes nessa área. Lembro que quando eu era moleque, eu lia livros do Ziraldo. Maravilhoso! O traço do Ziraldo é tão espetacular! É uma coisa tão bacana. Eu acho muito legal você contar uma história ali, de repente, numa tirinha tão pequena, fazer começo, meio e fim naquele espaço. É tão interessante. É uma coisa que eu gostaria de fazer, mas eu não tenho o menor talento para desenhar. Mas o desafio de contar aquela história interessante num espaço tão pequenininho eu acho muito interessante.

Matarte - Eu também não sei desenhar, mas na semana passada, eu tive a idéia de uma tirinha com o roteiro direitinho. Aí eu fiz um rascunho, fiz as falas e passei para um amigo meu que sabe desenhar. Ele transformou numa tirinha e a gente postou no nosso blog.

Tadeu - Show de bola!

Matarte - Outra coisa que eu queria saber... Poxa, agora...

Tadeu - Esqueceu!

Matarte - É...

Tadeu - Acontece comigo sempre.

Matarte - Vamos falar sobre outra coisa... quero saber sobre música. O que você gosta de ouvir?

Tadeu - Eu gosto de tudo cara. Não tenho essa de “ah, gosto de tal música ou de tal música...” Eu ouço da música clássica ao pagode. Adoro, por exemplo, samba. Adoro! Se eu tivesse que escolher um estilo preferido, escolheria o rock and roll. Mas escuto de tudo. Adoro música. Toco violão. Gosto de cantar. Gostaria muito de ter um aparelho privilegiado para poder cantar. Eu sei cantar, mas tem um limite que eu desafino. Mas gosto de tocar violão, de cantar e gostaria muito de ter uma voz que eu cantasse e arrebatasse todo mundo.

Matarte - E no rock and roll, quais são os seus artistas favoritos? Mais antigos?

Tadeu - É, Beatles, sem dúvida. Como todo o mundo, os Beatles estariam em primeiro lugar. Aqui no Brasil... inclusive acabei de ler a biografia do Renato Russo. Eu era muito fã de Legião Urbana. Gosto muito de Legião Urbana. Acompanhei muito. Tava naquele show histórico que deu aquela confusão no Mané Garrincha. Tava lá no meio, tinha 14 anos, era pequeninho. Sempre gostei muito. No rock brasileiro, destacaria o Legião Urbana.

Matarte - Sobre twitter. Muitos colegas seu já usam o twitter.

Tadeu - Eu tenho twitter também, mas eu sou péssimo, sou muito devagar. Entrei lá, postei duas, três vezes. Mas... Depois eu voltei pra campanha “Tadeu Schmidt: #PiorTwitterdoBrasil”. Eu não quero ficar toda hora falando com as pessoas, não quero expor a minha vida, os meus pensamentos... Não achei a “coisa” ainda. Seria legal eu seguir veículos de comunicação, mas isso eu já sigo de outras formas. Então, o meu twitter é péssimo. Ele tá lá porque eu abri uma vez, mas brevemente ele será extinto porque eu tô fazendo meu site. Aí tudo será encaminhado para o meu site, onde fãs que querem fazer contato... Vai ser tudo no meu site, onde orkut, twitter e todas as coisas vão convergir para o meu site.

Matarte - Por enquanto, qual é o seu twitter?

Tadeu - É @TADEUSCHMIDT!

Matarte - Tá tudo certo pra você cobrir a Copa?

Tadeu - Tudo certo! Vou pra lá no dia 2 de junho.

Matarte - Parabéns!

Tadeu - Valeu velho!

Matarte - Obrigadão!

amém!

Disponibilizei o áudio da entrevista para download neste link.

Vale a pena ouvir, principalmente pelo final, quando todos ao redor comemoram o fato de eu ter conseguido entrevistá-lo. Obrigado pessoal, de coração.

Caso tenha interesse em ouvir a entrevista da Izabela Martins para O Jornal, dá pra baixar aqui.

Os textos sobre a palestra e a entrevista com Tadeu Schmidt são dedicados ao professor de vida, Elson Santos Silva Carvalho, ou cordialmente conhecido como Kiko, que muito antes já havia me convencido de que eu posso.

8 comentários:

Unknown disse...

Caraca... Parabéns Bau, gostei da entrevista, principalmente porque vc não fiz aquelas perguntas óbvias: Por que fez jornalismo, o que achou do Tocantins, etc. etc...

Melhor ainda foi a sua conclusão com referências ao nosso querido Kiko.

É isso aí, "vc possa ser do tamanho que imaginar!"

Unknown disse...

Parabéns véi!
Massa d+!!! Nem tevi como eu ir também...
Muito massa a entrevista...

Clarice disse...

Que orgulho de você!

Fontes disse...

Excelente. Parabéns, Daniel!

Pablo disse...

Esse é o meu garoto.

Ciro Gonçalves disse...

Empurra o toco

Elson disse...

puta merda. fuckin' proud!

aí eu, tal qual cariocas maracanenses, levanto uma bandeira gigante: EU JÁ SABIA.

Faz o mundo, hermano. Obrigado, em nome dos que virão, por acreditar...

@camilamitye disse...

Oi Daniel! Bacana sua entrevista. Curto entrevistas assim, com clima de mesa de bar. Eu já era fã do Tadeu, fiquei ainda mais depois de descobrir aqui que ele é meio nerd!

Parabéns e continue a nadar!