9 de março de 2010

Chávez e o mais do mesmo



Quando eu era pequeno – mas bem pequeno mesmo, hein! – eu tive essa incrível idéia, tão extraordinária que me renderia o prêmio Nobel de Economia e me colocaria no alto do pódio entre os maiores pensadores da humanidade.

A idéia era a seguinte: que tal se... o governo imprimisse quantidades gigantescas de dinheiro e as distribuísse igualmente entre as pessoas? Incrível, não? Com uma só tacada, eu resolveria os problemas da fome mundial, do desemprego e da alocação de recursos gerado pelo capitalismo selvagem. Grande, garoto!

Mais tarde, porém, eu descobri que um bando de caras russos já havia usado a minha idéia, ou pelo menos a base dela, em um lugar chamado União Soviética com resultados morais um tanto quanto contestáveis. E que na China governada por Mao Tsé-Tung, o “grande timoneiro”, todo o legado que se conseguiu deixar foi uma pilha de corpos tão grande que faz a experiência da Alemanha nazista parecer uma partida de Twister que não deu certo.

Sem deixar de mencionar, é claro, o nosso querido “el comandante”, que há mais de 50 anos (!) comanda uma ditadura em uma pequena ilha caribenha em prol da “equidade social”, de onde todos os anos centenas de pessoas tentam fugir em barcos e bóias improvisadas, enfrentando as águas infestadas de tubarões do mar do Caribe para não terem que ficar nem mais um segundo no país que a esquerda brasileira considera o “paraíso na terra”.

Era o fim de um sonho.

Esse pequeno intróito (ui, ui, ui) serve apenas para demonstrar a minha surpresa toda vez que eu leio notícias relacionadas ao nosso vizinho de cima, Hugo Chávez, e o seu esforço contínuo para ampliar os poderes do Estado sobre todos os assuntos da vida nacional venezuelana em nome da Revolução Bolivariana do Século XXI.

Não é preciso ir muito longe para ter conhecimento das sandices do homem. Uma busca rápida na internet entre as notícias mais recentes revela, para ficarmos em alguns exemplos, as ameaças de expropriação feitas às empresas que não conseguem produzir o suficiente para abastecer as prateleiras dos supermercados por que, vejam só, elas estão sujeitas a um racionamento de energia idealizado governo; a repressão policial feita contra estudantes durante a realização de eventos contrários ao governo; o racionamento de produtos básicos e de energia; além da censura pura e simples.



Eu sei que a idéia de um governo em que todos são absolutamente iguais (iguais entre aspas. Ou você acha que o Fidel Castro está submetido ao mesmo racionamento de alimentos e produtos básicos que o resto dos cubanos? Ou que ele vive no mesmo tipo de residências que eles? Afinal, "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros") parece tentadora para muitas pessoas (não para mim, se você me disser que todas as pessoas devem ganhar a mesma coisa, apesar das habilidades diferenciadas de cada um, vai ganhar um peteleco na orelha), mas o que a lógica e a história demonstram é que sistemas como esse só foram possíveis por meio da concentração despótica do poder, o que geralmente causa a ruína do governo, já que ditadores não costumam dar bons economistas.

A mim parece que Hugo Chávez não conseguiu enxergar – ou talvez ele tenha conseguido, mas ignore completamente - algo que eu já descobri há muito tempo, quando tive que encarar a lógica das minhas idéias quando confrontadas com o horror que elas haviam provocado ao longo da história: ao concentrar em torno de si todo o poder sob o pretexto de que conhece o que é melhor para seus concidadãos e para o país, o governo invariavelmente recorre ao uso da coerção, além da restrição e muitas vezes eliminação de diversas liberdades individuais, para a sua manutenção no poder. E não há nada que cegue mais um homem do que o brilho ofuscante do poder.

14 comentários:

Marco disse...

Sensacional!!! Preciso dar um jeito de mostrar isso para minha professora de Comunicação e Conjuntura Internacional!!!

Deu um parecer fantástico sobre o quadro atual do nosso querido "Chavo"! (Sinceramente, prefiro ele no sbt...)
Muito bom esse blog! Po, temos que dar um jeito aí de divulgar, o povo não sabe o que tá perdendo!!!

Ciro Gonçalves disse...

iT's True, guy.

Remo disse...

humm... e o tocantins? e o brasil?

Daniel S. C. Silva disse...

Remo, e o mais do mesmo??

Tácio Pimenta disse...

e se os E.U.A precisarem de petróleo?

Pablo disse...

Eles invadem a porra toda, ué. Ou talvez eles possam trocar petróleo por comida, pois algo me diz que óleo Diesel é meio difícil de digerir.

P.s: só eu que acho engraçado o Chávez encarnar todo aquele discurso antiameriano, mas no final ter os EUA como principal comprador e assim ser um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento deles?

Unknown disse...

Mau ou bom, precisamos de pessoas que amam a Pátria como Hugo Chaves e Fidel Castro! mas, será amor a Pátria de verdade ou amor pelo Poder??! nunca se sabe ao certo ...

Remo disse...

tudo bem, mas e o lula, e o brasil, e o tocantins?
porra olhar o quintal do vizinho é mania de brasileiro!

Remo disse...

tudo bem, mas e o brasil, e o tocantins?
Olhar o quintal do vizinho é mania de brasileiro, quando é que vamos manifestar nossa opinião sem medo sobre o nosso país ao invéz do país vizinho?

Pablo disse...

Então, meu caro Remo: esse foi apenas o terceiro texto que eu escrevi para o blog.

Tenho certeza que no futuro eu vou ter tempo para falar de todos os pilantras que infestam a vída política mundial.

Att,

Pablo.

P.s: Bauducco, precisamos contratar uma secretária.

Pablo disse...

Ops, coloquei um acento em "vida" e faltou um "de" depois de "certeza".

MALDITA OBSESSÃO ORTOGRÁFICA!!!

Ciro Gonçalves disse...

Por isso vc não ecita ninguém! lol

Pablo disse...

Tão pouco você, caralho. :B

Anônimo disse...

"ecita", sim. HAHA