10 de março de 2010

Sobre meninos e tortas



Como muitos de vocês já devem saber, eu fui o grande ganhador da cobiçada torta doce sorteada pela Ermenilde – Doces & Salgados. O que vocês não sabem, isso por que eu não convidei ninguém (de besta, só tenho a cara), é que na última sexta-feira eu, Bauducco e Ciro resolvermos marcar a nossa Reunião Semestral em Prol da Dominação Mundial na Ermenilde, onde discutimos assuntos importantes para o século XXI, como a ética jornalística quando confrontada pelo fascínio do poder econômico, estratégias para a solução da fome – a nossa, e a beleza ou não da Carla Perez (existem teóricos que defendem o segundo ponto de vista), enquanto degustávamos a tal torta.

Após uma entrada de salgadinhos e refrigerante, ela chegou. Recoberta por uma redoma de plástico para manter intactas as suas propriedades tortíficas, ele veio trazida pelas mãos do próprio Fábio, herdeiro primeiro do império ermeníldico.

Momentos de suspense. A redoma é calmamente retirada.

Subitamente, uma rajada de luz ilumina o ambiente. As nuvens do céu se dividem em pares, o chão treme sob os nossos pés, e eis que surgem as três feiticeiras de Shakespeare, que apontam para mim os dedos em riste e proclamam em tom profético: “Tu serás rei, Macbeth!”.

“Mas meu nome é Pablo”, respondo. Elas me olham, surpresas. “Sério? Ah, tá. Então libera um pedaço de torta aí”, dizem em uníssono. Eu olho torto. “Nem rola”. E lá se vão elas, com a língua carregada de maledicências e o estômago clamando por torta.

Mas voltemos à ela. Criada sob o princípio da Proporção Áurea - assim mesmo, com a letra de cada palavra em maiúsculo, a torta era por si só uma pequena obra de arte. Por cima e dos lados, diversos pedaços de morango decoravam sua superfície achocolatada, e no topo uma fina camada de cobertura translúcida vermelha criava o contraste necessário entre o chocolate e as bordas de glacê branco. Magnífica, magnífica.

O melhor, porém, estava do lado de dentro. Na primeira mordida, nossas bocas foram inundadas pelo vasto recheio de trufas de chocolate preto e por alguns momentos o único som que se ouviu ao redor da mesa foi aquele que é feito quando se está armordaçado e algemado na cama com uma mulher vestida de Tiazinha sentada em cima da gente.

Sem falar no tamanho. Depois de termos comido metade ou mais dela, tivemos que pedir que o restante fosse embalado para viagem. Era muita, muita torta. Se só nós três conseguimos comer isso tudo, eu presumo que a mesma torta seja capaz de satisfazer um grupo de dez pessoas normais.

Enfim, pessoal, essa é a experiência de se comer uma torta da Ermenilde – Doces & Salgados. Se você ficou com vontade de provar uma torta assim, é só dar uma chegada por lá qualquer dia desses e dizer bem baixinho no ouvido do Fábio: “Eu sou a flor silvestre que perfuma os campos”. Você vai pagar o mesmo preço, mas seus amigos nunca mais vão te olhar da mesma maneira.

Em tempo: a Ermenilde está prestes a lançar outra promoção, desta vez de uma torta salgada. Não vou participar para dar uma colher de chá para vocês. Corram lá e fiquem atentos.

7 comentários:

Maiara Zortéa disse...

hahahahaha
mto bom!
naum consegui ir lá até hj mas acredito em tudo o que vc disse!

Tácio Pimenta disse...

rss... gosto de trufas com jabá

Unknown disse...

LOL

Melhor postagém do blog até agora


e tag tbm.

Ciro Gonçalves disse...

Matarte com overbooking de posts. Previsão: mês de abril inativo.

Tenikey disse...

eu adorei esse testo! ficou tipo, OTIMO, como alguem consegue escrever assim dessa maneira apenas pra descrever uma torta de chocolate?!
Aqui em Araguaina não tem a Ermenilde mas tem a Doceria Bombom e posso dizer fazendo uma comparação básica com seu texto, tenho certeza que os dois lugares são irmãos (siameses). de tanta delicia chocolatelicia junta!! rsrsrs

beijos

Ciro Gonçalves disse...

Doceria Bombom?

Fontes disse...

Como diria o Cazé Peçanha: sensacional, sensacional!