26 de março de 2010

Alone in the house

Já faz algum tempo que não posto nada por aqui. Da vez última que fitei essa página, e teclei minhas impressões, não era tido como um subversivo. Não era um herege, tido por muitas vezes como um contraventor, acusado de ir contra a moral e os bons costumes cristãos.

Bem, nessa semana a equipe Matarte está fazendo a cobertura (ui!) do Salão do Livro. Fiquei responsável por registrar o que aconteceu na abertura do evento, o recital da atriz Julia Lemmertz, a palestra da filósofa Viviane Mozé (não era só eu que conhecia ela), minha raiva e ressentimento por não ter conseguido emplacar meus desenhos para figurarem na fachada e no interior do Salão, etc. Todavia - sempre há esse maldito todavia -, algo conspirava contra mim. Nuvens negras do passado (delirantes ou do mal)? Cometemos o pecado? Praga pároca? Não sei.



Lamúrias e considerações feitas, agora vos apresento a história que inspirou “Esqueceram de mim VII: a vingança dos derrotados”...

Lá estava eu, garoto ludovicense, a uma semana sem pai e sem mãe (viajaram de férias) – passaram em Palmas apenas para pegar o carro e seguir viagem, no dia seguinte, para outro lugar (mais uma semana só). Até aí tudo jóia. Sem carro, mas tudo jóia. Ainda tinha meus cachorros: Madá & Obama.

Minha história começa no sábado (20) e o convite para um apetitoso churrasco me ludibriava quanto ao que os próximos dias me reservavam. Comecei o dia bem, dormi até mais tarde, naveguei um pouco e na parte da tarde fui para uma peladinha tradicional do fim de semana. No primeiro lance corto meu dedo (era um sinal e não dei atenção). Fui lavar depois de algumas horas de jogo, mas logo recebi o aviso de um jovem experiente:

“Já infeccionou”

Fim de jogo. Coca-cola bebida. Banho tomado. Vou ao churrasco. Delicio-me com as carnes e a fiel mandioquinha cozida. Prejuízo de outrem contabilizado, vou ao show do Zé & Z.

Não preciso dizer como foi.

Bauducco me concede uma pousada em sua humilde residência, almoço com meu sócio e regresso ao doce e animado lar. Chego em casa para, com colegas e futuros operadores do Direito, resolver algumas atividades acadêmicas pendentes. O que eu não sabia era que meu modem tinha ido pras cucuias em decorrência da tormenta da noite anterior. Pego o telefone, não sei para que, e descubro que o mesmo encontra-se mudo e irredutível.



Pai, mãe, cadê vocês?

Dessas situações já sairiam um episódio de uma sitcom qualquer ou a parte inicial de um filme da sessão da tarde. Mas ao contrário da palestra do Tadeu Schmidt “Sim, você pode”, sim, poderia piorar.

Depois dessa manhã e tarde de domingo cercado de praguejamentos, a noite vem e descubro que as pessoas podem ser seres humanos. Cá estou eu, lindo, belo, cobiçado por 8 em cada 10 mulheres bonitas em período fértil, andando em direção a igreja.

O caminho de 2 ou 3 km que eu pretendia percorrer a pé parecia curto para quem buscava remissão de pecados e uma zica a menos. Mas eis que surge uma luz no meio do caminho: um filisteu me oferece carona. À princípio não o reconheci.

Também, o cara andava de moto e capacete amarelos. Era quase uma versão Dafra da nipopower ranger amarela, Trini. Mário, amigo dos idos de ensino médio, me levou até o templo sagrado. Valeu, Magário! lol

Reza vai, reza vem. Se finda o culto e volto para casa de bicicleta (havia abandonado dias atrás). Pedalava com a impressão de que dias melhores viriam e uma urucubaca daquelas seria deixada para trás, tal qual o Rubens Barrichello ou seu sucessor, Felipe Massa.

Felipe Massa é o segundo Rubinho!

No caminho para casa pedia para Deus uma semana melhor e tinha fé que seria atendido. No entanto, o numinoso, do alto de seu monte, acenava: “Não hoje, pobre diabo”.

Na manhã seguinte bronca na aula, na terça, chuva incessante e na quarta perco o celular. E nesse momento, quando olho para o relógio pendurado na parede da cozinha, lembro que ele também não funcionava mais. Meritíssimo, sem mais colocações.

Esse relato poderia se chamar “Vivendo e não aprendendo”, “Esqueceram de mim” “Se fudendo e não aprendendo” ou até “Quem sabe na próxima”.

Mas a semana ainda não acabou.

7 comentários:

Anônimo disse...

ohhhhhhhhhhh genteee, para de reclamas Ciro de Nazare.....zicas vem e vão...
Parabéns o texto está otimo, prende as pessoas que o leem...e Parabéns pelo blog, está muito divertido...parabéns mesmo, vc é talentoso em td...

Carol

Tácio Pimenta disse...

hahahhaha.... desculpa cara, mas a desgraça alheia é uma das coisas mais divertidas que já inventaram (se é que alguém inventou isso). Mas, se te consola, tua narrativa tbm diverte bastante. Sugiro que apele pra'lguma religião afro e feche teu corpo, besouro. cya!

Danilo Amaral disse...

uahuhahu

nessas horas te digo a famosa frase pensante... se fudeu!!
e deixe de reclamar pois ainda tem a felicidade de possuir generosas quantidades de iorgurtes e várias porções de granola, que eu deixei pra vc depois da última visita!!!

poderia colocar uma coletanea de "procurados" no blog!!

sem mais comentários, me reservo no direito de dizer nada mais!!
aproveite o futebolzinho no pc!!

Ciro Gonçalves disse...

Meu PC não está mais ligando [usando o pc da UFT] Num falei que a semana ainda não tinha acabado?

Unknown disse...

Pais do Ciro, por favor, nao o deixem mais sozinho em casa! Talvez, da proxima vez a casa pegue fogo! hehe..

Unknown disse...

Amigo, adorei seu texto. Vc conseguiu me comover, senti até uma peninha de vc! rsrs Bjo.

Macagi disse...

Fiquei com tanta pena de ti que vou te indicar uma boa terapia:

1º Salão Interplanetário de Humor da MAD e Brazilcartoon

Inscrições até 25 de Abril.
Saiba mais no blog Éden da Luxúria.
Tenho certeza que isso vai te fazer bem! rsrsrsrs